O McDonald's tornou-se a mais recente grande corporação nos Estados Unidos a anunciar alterações em suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), em meio à crescente resistência de alguns setores à implementação de ideologias progressistas no ambiente corporativo.

A decisão foi divulgada inicialmente por Robby Starbuck, ativista contrário às iniciativas de DEI em grandes empresas, por meio de uma postagem na rede social X. Starbuck afirmou que as mudanças foram influenciadas por sua abordagem pública, alegando que o McDonald's decidiu revisar suas práticas após ele anunciar a intenção de investigar as políticas da empresa.

Entre as principais alterações anunciadas, o McDonald's informou que não continuará estabelecendo metas específicas de diversidade para contratações, caracterizadas por Starbuck como "cotas" que, segundo ele, "discriminam candidatos brancos." Além disso, a empresa também se comprometeu a deixar de participar do Índice de Igualdade Corporativa da Human Rights Campaign e de outras pesquisas externas relacionadas a princípios LGBT ou ideologias progressistas.

Outro ponto destacado foi a decisão de encerrar metas de diversidade para fornecedores, optando por priorizar critérios de mérito como principal fator na seleção de parceiros comerciais.

Declaração oficial

Em um comunicado enviado aos funcionários e parceiros, o McDonald's reiterou seu compromisso com a inclusão como um dos valores centrais da marca. "Todos são bem-vindos sob os nossos Arcos Dourados, e esse apelo de base ampla é o motivo pelo qual o McDonald's é uma das marcas mais queridas do mundo", afirmou a empresa.

A rede de restaurantes também mencionou sua revisão das políticas de diversidade à luz da decisão da Suprema Corte dos EUA em 2023, que considerou inconstitucionais as admissões baseadas em raça em instituições de ensino superior. Com isso, a empresa decidiu "aposentar metas aspiracionais de representação" e focar em práticas inclusivas integradas ao cotidiano de suas operações.

Além disso, o McDonald's anunciou que sua equipe de diversidade passará a ser chamada de "Global Inclusion Team," em uma tentativa de alinhar melhor o trabalho à nova abordagem corporativa.

Reações e impacto

A decisão dividiu opiniões. Starbuck expressou decepção com a manutenção de uma equipe dedicada à inclusão, afirmando que não há necessidade de estruturas formais para garantir um ambiente justo e acolhedor. "É um local de trabalho, não uma sala de aula. O foco deve estar no serviço e na competência", disse ele.

Por outro lado, críticos alertam que a redução de políticas de DEI pode enfraquecer os esforços para combater desigualdades estruturais e promover a inclusão de grupos historicamente marginalizados.

Essa mudança no McDonald's segue uma tendência entre outras grandes corporações, como Tractor Supply Co, John Deere, Harley-Davidson e Ford Motor Company, que também revisaram ou reduziram seu envolvimento com iniciativas progressistas. Empresas como Bud Light e Target enfrentaram impactos financeiros significativos após controvérsias relacionadas a campanhas publicitárias e mercadorias voltadas para o público LGBT.

Enquanto a discussão continua, o caso do McDonald's reflete os desafios enfrentados pelas empresas ao buscar equilibrar interesses comerciais, demandas sociais e questões culturais em um cenário global cada vez mais polarizado.