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São Paulo, 25/04/2024

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    Linguagem neutra não poderá ser usada nas escolas de Santa Catarina

    Documentos escolares oficiais, provas, material didático, entre outros, deverão seguir o padrão da norma culta da língua portuguesa

    Fonte: Pixabay
    Linguagem neutra não poderá ser usada nas escolas de Santa Catarina

    Entrou em vigor na quarta-feira (16) um decreto que veta o uso da chamada "linguagem neutra" nas escolas de Santa Catarina.

    Segundo comunicado do governo local, o documento foi editado atendendo à proposta da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo e prevê a obrigatoriedade do uso da norma culta da Língua Portuguesa por instituições públicas e privadas de ensino e bancas examinadoras de concursos públicos.

    "Na prática, o conteúdo não fará referência à linguagem do gênero neutro, inexistente na língua portuguesa e que apresenta contrariedade às regras gramaticais consolidadas no país", explica o texto do governo de Santa Catarina.

    A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo acrescentou que o uso da linguagem neutra criaria um terceiro gênero linguístico, além do feminino e masculino, e traria problemas de adaptação para crianças surdas e disléxicas. "Isso dificultaria ainda mais o aprendizado. É muito importante para o Estado ser o pioneiro na defesa dos direitos dos alunos, porque é disso que se trata, direito de aprender a norma culta e como ela está estabelecida ao longo dos séculos", observou.

    O que é?

    A chamada linguagem neutra é uma ideia defendida por alguns grupos que afirmam que a Língua Portuguesa é preconceituosa e machista. Assim, os militantes visam uma mudança radical na norma culta do português.

    Por exemplo, palavras como "todos" ou "todas" são substituídas por "todes" ou "todx". Pronomes como "dele" ou "dela" são substituídos por "dili" ou "delx". Ou seja, a prática visa usar palavras neutras, nem masculinas nem femininas.

    Problemáticas

    Como querer mudar toda uma estrutura de linguagem em um país onde a cada ano aumenta o número de crianças e adolescentes analfabetos? 

    Quem milita por um Brasil melhor e mais inclusivo deveria se preocupar em facilitar o que já existe, ou seja, deveria lutar para vencer o analfabetismo, já que de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, 11 milhões de brasileiros sequer sabem ler ou escrever.

    Além disso, é um contrassenso defender que a linguagem neutra é a melhor maneira para combater o preconceito, pois sabemos que o preconceituoso não mudará seu comportamento por conta dessas alterações, já que a intolerância não tem a ver com a gramática, mas sim com o comportamento de cada um.

    Posição neutra?

    Alguns especialistas afirmam que quem não adotar esse tipo de linguagem (mesmo não sendo oficial) será excluído em um curto período. Talvez, por isso, já seja comum ler textos de empresas que utilizam a linguagem neutra, fazendo uso de palavras como "todes" e "obrigadx".

    Em um país onde as pessoas mal sabem falar o português é um absurdo ter que aceitar esse tipo de desconstrução em nome do pensamento de que tudo que herdamos do passado deve ser eliminado ou substituído.

    Não consigo ver sensibilidade alguma em quem defende esse padrão de linguagem porque, em nome de uma ideologia, exclui milhões de brasileiros que enfrentam muitas barreiras para aprender a norma atual. Não é inclusivo, é ideológico.




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